Ver Postagem

PESCADORES DO CHAVÃO SÃO IMPACTADOS PELA FALTA DE ACESSO A TECNOLOGIA

Em Noticias by Observatório Cabo FrioDeixe um Comentário

Pescadores de guaiamum têm dificuldade de acessar politicas publicas através plataformas digitais 

Na comunidade de pescadores de guaiamum do Chavão, localizado em Tamoios, 2º Distrito de Cabo Frio – RJ, os pescadores não têm acesso a internet de qualidade, pouquíssimos tem wi-fi em suas casas, outros usam pacotes de dados em seus telefones que acabam rápido, alguns não possuem smartphone e os que têm, na maioria, os aparelhos são mais simples não permitindo ter muitos aplicativos.  Uns ainda utilizam celulares que não tem acesso à internet, só efetuam e recebem chamadas e mensagens de texto e outros poucos nem contato telefônico possuem.  Assim como a realidade os pescadores do Chavão boa parte dos povos tradicionais, que vivem em locais mais isolados, permanecem sem acesso a políticas públicas de inclusão.

Fila da CAIXA no Centro de Cabo Frio para informações e acesso do auxilio emergencial

Essas dificuldades expostas pelo não acesso às tecnologias digitais atrapalham e atrasam muito trabalhos que vinham sendo desenvolvidos com a comunidade de pescadores de guaiamum do Chavão. Instituições como: Projetos de Educação Ambiental (PEA’s), FIPERJ, ICMBio, Colônia Z4, entre outras além da maioria estarem trabalhando em home office, só conseguem contato por ligação de celular e mantem o cuidado de não fazer aproximação local, pois é uma comunidade mais isolada do município e com isso estão mais “protegidos” do que os que vivem em áreas mais urbanas.

Os pescadores de guaiamum do Chavão têm uma vida mais simples, usam água de poço, boleto da energia elétrica é de baixa renda, motivo de o valor da conta de luz ser baixo, pouquíssimos possuem um cartão de crédito, isso faz que não acumulem o valor de R$ 600,00 para pagarem suas despesas em boletos, necessitando do valor em mãos para pagarem suas despesas diárias como alimentação. A terceira parcela do benefício pago pela Caixa Econômica foi liberado no final de junho para pagamento de boletos, mas para saque a liberação foi no final de julho e início de agosto, e  mesmo com alguns supermercados aceitando o pagamento das compras utilizando o auxílio emergencial, alguns  pescadores continuam com dificuldades de acesso desta função no aplicativo que mesmo após 5 meses de quarentena ainda apresenta muitos erros. Estas dificuldades prejudicam muito os pescadores que precisam do dinheiro para se alimentar e não conseguem sacar o benefício, pois não estão pescando neste momento de quarentena por não terem onde escoar seus produtos, aumentando a vulnerabilidade deste sujeito que já é tão excluído de direitos.

Limitação e exploração

Muitos pescadores estão com dificuldade em sacar o benefício Renda Básica Emergencial. Por conta da internet de baixa qualidade e com os obstáculos em acessar o aplicativo Caixa Tem, algumas pessoas estão explorando os pescadores devido limitação e cobram para emitirem boletos no valor do benefício a receber, descontam uma porcentagem para si, cobrando assim pelo serviço oferecido.

 

 

Ver Postagem

PESCADOR DE CABO FRIO VISITA RESERVA EXTRATIVISTA

Em Noticias by Observatório Cabo FrioDeixe um Comentário

Em intercâmbio, pescador de guaiamum da comunidade do Chavão, em Tamoios, conhece trabalho implementado pelo ICMBio na RESEX Canavieiras – BA

Em processo de aprovação do Plano de Gestão Local (PGL) da RESEX Canavieiras, o ICMBio realizou nos dias 7, 8 e 9 de outubro (2019), um intercâmbio com a gestão da APA da Bacia do Rio São João proporcionando a presença do pescador de guaiamum, Roberto Viana que teve a oportunidade de participar da apresentação do diagnóstico que comprova  com destaque a abundância do guaiamum no território e as práticas sustentáveis de pesca.

Foram três dias de muito aprendizado com participação em oficina de pactuação do Plano de Gestão Local do Guaiamum da Resex Canavieiras; reunião para promover o cadastro de pescadores na comunidade Pedra de Uma e participação de uma reunião para prestar esclarecimentos acerca do automonitoramento da pesca de guaiamum em Belmonte, além de conhecer o território e trocar experiências com a comunidade.

Roberto, pescador ribeirinho e defensor da prática de captura do guaiamum relata que a implementação do plano de gestão local mostrou o quanto é importante a parceria entre instituições públicas e sociedade civil organizada, que a união entre colônia de pescadores, associações de pesca e ICMBio trouxe valorização dos pescadores, acolhimento, respeito e organização do trabalho. Exaltou a organização e trabalho das pescadoras da APA e do trabalho com os jovens locais que tem a proposta de criação pelo ICMBio da carteira de pesca específica para eles à partir dos 14 anos, mediante a aprovação dos responsáveis e ao completar 18 anos esta carteira se tornar oficial de pescador fortalecendo a cadeia produtiva da pesca e manutenção da tradição pesqueira.

Deu destaque para o período de defeso que é implementado avaliando o período da tapada e destapa do guaiamum para crescimento e formação da carapaça. E da apresentação da cartilha de monitoramento que auxilia no relatório diário da pesca onde o pescador organiza deus gastos e lucros e ainda ajuda no monitoramento pesqueiro. Participaram também deste intercâmbio, Christina Albuquerque, gestora da Apa da Bacia do Rio São João e Beatriz Freitas, analista técnica da FIPERJ.

Voz do Pescador

Em reunião da Câmara Técnica de Pesca, o Comitê de Bacias solicitou que o pescador Roberto Viana relatasse sua visita a Resex de Canavieiras. Com isso, foi fortalecido a importância da conquista da verba para monitoramento pesqueiro no Chavão e proposto pelo coordenador do CT de pesca, Chico Pescador a possibilidades de outros intercâmbios custeados pelo Comitê de Bacias Lagos São João ou pela Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativista e dos Povos Extrativistas Costeiros Marinhos (CONFREN).

 

Ver Postagem

PESCADORES DE GUAIAMUM VISITAM APA DE GUAPI-MIRIM

Em Noticias by Observatório Cabo FrioDeixe um Comentário

Cooperativa do Manguezal de Guapi-Mirim recebe pescadores para intercâmbio 

Os pescadores artesanais do Chavão participaram do intercâmbio promovido através da articulação entre ICMBio e Observação Cabo Frio buscando conhecimento técnico para conservação e manutenção pesqueira da APA do Rio São João. O encontro, realizado no dia 26 de agosto, e estavam presentes representantes da Cooperativa  Manguezal Fluminense, representantes da FIPERJ, Observação Cabo Frio, ICMBio da APA de Guapi-Mirim, ICMBio da APA do Rio São João e pescadores artesanais do Chavão.

 

Ação de reflorestamento em área de manguezal da Baía de Guanabara

 

Foi apresentado aos presentes o histórico da cooperativa, que foi fundada através das reuniões e projetos do conselho gestor da APA de Guapi-Mirim e os trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos. A recuperação do mangue que foi degradado pelas olarias que existiam no local há 35 anos é um trabalho que os pescadores ainda desenvolvem e a área degradada já está totalmente recuperada. Os pescadores que fazem parte da cooperativa firmaram parceria com ICMBio e desenvolveram práticas de recuperação de mangue e alguns deles são contratados pelo  órgão ambiental por conhecerem o ambiente de trabalho e auxiliarem no prática do turismo de base comunitária realizado pela cooperativa. Esta atividade é de suma importância para a visibilidade dos pescadores artesanais que conseguem neste espaço falar sobre a importância do manguezal da Baía da Guanabara.

Avaliação dos Pescadores

A pescadora Zenaide afirma que, “O pessoal da cooperativa Manguezal Fluminense nos recebeu muito bem e o seu presidente, Malafaia deu uma palestra onde falou algo que me deixou muito triste, quando ele falou que o manguezal foi destruído pelas olarias e os pescadores tiveram que sair do seu território para ir para outra cidade pescar goiamum e caranguejo para trazer o sustento da sua família, fiquei imaginando o pescador do Chavão nesta situação de ter que sair do nosso lugar para pescar em outro por estar perdendo espaço de pesca por catadores que vem de fora acabando com nosso manguezal”.

Roberto diz que “foi bastante produtivo, vi o interesse do Malafaia na nossa situação, pois viu que ta critica.  O encontro foi bom para ver o interesse da FIPERJ, ICMBio com a nossa causa e o interesse  dos pescadores também. Troquei telefone com Malafaia, já entrei em contato com ele duas vezes. Ele já tem uma bagagem, o trabalho deles está em constante evolução e já está colhendo os frutos, eu falo com os pescadores, temos que plantar para colher os frutos. Percebi a humildade  dele e a disponibilidade em querer nos ajudar”.