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AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE OLEODUTOS GERA CONFLITOS PARA AGRICULTURA FAMILIAR

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GRUPO TRADICIONAL DE ÁGUA PRETA TEMEM A PERDA TERRITORIAL

A audiência pública virtual sobre os oleodutos que passarão pela comunidades de Água Preta, São João da Barra e pelo munícipio de Campos dos Goytacazes até chegar ao complexo Industrial da Petrobrás em Quissamã — Rio de Janeiro, faz com que os agricultores familiares de Água Preta temam mais desapropriações de terras, visto que, alguns empreendimentos estão com foco na localidade como: Heliporto e Linha de Transmissão. A comunidade de agricultores familiares presentes remotamente na audiência, afirmaram que o traçado do oleoduto cortará a localidade praticamente ao meio, com a construção desse empreendimento eles não tem outra rodovia de acesso a comunidade, onde sentem medo que o traçado prejudique ainda mais o escoamento e a produção dos agricultores. A Audiência Pública contou com a presença de representante da Açu Petróleo, Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de São João da Barra, Instituto Municipal de Trânsito e Transporte de Campos dos Goytacazes (IMTT), Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e da Petrobrás, o encontro teve 4 horas de duração, onde foi apresentado ao público o projeto de implantação, prováveis impactos ambientais e os projetos para minimizar esses impactos. Os agricultores familiares relatam que durante a audiência eles não eram respondidos sobre os questionamentos que enviavam através dos canais de comunicação que disponibilizaram na sessão.

 

A instalação resultará em mais desapropriação de terras de agricultores familiares e disputas em torno dos preços a serem pagos aos proprietários impactados, além de  uma área de exclusão, conhecida como zona de amortecimento. E é mais prejudicial para os agricultores familiares da localidade de Água Preta que deve ser cortada praticamente ao meio pela passagem desse empreendimento, que não tem nada de beneficio para os grupos tradicionais, como eles mesmo relatam.  Algo que deveria ser feito para atender a transparência dos empreendimentos, seria a disponibilidade dos documentos técnicos que irão ou que deveriam ser como base para a audiência pública virtual.  Um desafio para os grupos tradicionais que desejar ler o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) que possui 1.683 páginas. Assim, permitiu reduzir o EIA de 1683 para 76 páginas no Rima.

Ainda não é possível entender os impactos ambientais, sociais e econômicos que seriam causados pela construção dos oleodutos, como aborda uma agricultora familiar de Água Preta, que não quis ser identificada com medo de represálias: “O Oleoduto vai cortar o meu bairro no meio e sem contar nossas plantações que sofrerão os impactos. Primeiro a linha de transmissão obrigando os agricultores cederem as terras, porque o poder público ordenou junto com a defensoria pública, agora querem colocar oleoduto, nós vamos nos organizar e não vamos permitir”.  Os agricultores familiares de Água Preta, a principal comunidade impactada, temem que a zona de amortecimento prejudique o plantio e sua sobrevivência. A difícil comunicação com os empreendimentos fazem com que eles busquem meios alternativos para sobrevivência, visto que, eles não têm a certeza de como será o outro dia quando começar a construção do empreendimento — Oleodutos. Agricultores familiares e moradores tentam um articulação para barrar esse empreendimento de alguma forma na justiça, segundo o agricultor que prefere não ser identificado por sofrer agressões do Porto do Açu quando instalaram a linha de transmissão. A situação fica mais complexa, como abordam, quando a questão é as indenizações não pagas e os despejos irregulares que acontece ao longo do 5° distrito.

 

ACORDO DE OPERAÇÃO

Está prevista para o mês de setembro de 2020, a primeira operação com contêineres no Porto do Açu, em São João da Barra. O empreendimento portuário e a Companhia de Navegação Norsul firmaram um acordo de operação para lançar o serviço de transporte marítimo de curta distância de unidades de contêineres e cargas de projeto entre os portos do Rio e Açu. O novo serviço de cabotagem, modalidade “alimentador curta distância”, irá estabelecer uma conexão entre as empresas do Norte Fluminense, Espírito Santo e Minas Gerais, com o mundo, através do Terminal Multicargas do Porto do Açu (T-MULT).

 

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EXPANSÃO DA ZEN AUMENTA A DESCARACTERIZAÇÃO DE CANTAGALO

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Especulação imobiliária vem crescendo com as novas empresas da ZEN

No dia 12 de Novembro de 2019, o atual prefeito de Rio das Ostras, Marcelino Borba, junto com a subsecretária de Desenvolvimento Econômico, Lara Velho, através das licitações preenchidas, liberaram a entrada de mais duas empresas na Zona Especial de Negocio (ZEN), dando inicio a ZEN 2. com a entrada de novas empresas do setor offshore, Cantagalo sofre mais uma vez com mudanças  sua área rural, pois muitos trabalhadores da construção civil das futuras empresas, se instalam nos arredores e consequentemente, ocorre o crescimento desordenado da zona rural de Rio das Ostras. Sendo Cantagalo um PA (projeto de assentamento) , a mais de 30 anos, os agricultores familiares enfrentam diariamente a  descaracterização rural, a falta de fiscalização  e dificuldades em se manter na terra, pois  segundo os gestores públicos, O município tem dificuldades burocráticas em gerenciar por se tratar de um projeto de assentamento.

 

 

Com a chegada dessas duas empresas, Cantagalo por ser o lugar mais próximo teve um aumento da especulação imobiliária  e  da descaracterização rural. O poder publico não fiscaliza as ampliações das  moradias, geralmente são construídas sem as autorizações  devidas, causando assim o aumentando populacional sem planejamento, após a conclusão das  construções,esses pessoas  acabam permanecendo na região sem vinculo empregatício, aumentando assim a procura  por empregos na região.  Sobrecarregando a área da saúde e educação ,o município pois não há investimentos para acompanhar o crescimento da demanda, causando assim um défici no transporte publico, que já e ineficiente para os assentados.

 

Segundo o agricultor familiar Frederico Pessanha,”Todo o crescimento da Zen, é visto  como enfraquecimento para a agricultura familiar de Cantagalo, pois os agricultores enxergam cada vez mais a possibilidade de não conseguirem o documento definitivo de suas terras, por conta da descaracterização rural. Com o aumento da população, os agricultores enfrentam dificuldades com a saúde, educação e transporte, pois a prefeitura não aumentam as vagas nas escolas, o número  de médicos no posto de saúde local e nem o número de transporte nessa linha, que já é muito precário”. Para o morador Marcelo Costa, há dois anos em Cantagalo ” A entrada dessas empresas, aumentam a possibilidade de empregos para região”.

Incra faz notificações 

O Ministério Público Federal (MPF) deu sequência aos pedidos de regularização do Projeto de Assentamento (PA) Cantagalo e  expediu um ofício ao Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci) e uma recomendação à Enel, empresa de abastecimento e distribuição de energia elétrica na região. Após a vistoria feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), foram identificados que lotes que deveriam ser destinados à reforma agrária foram sub-loteados e comercializados ilegalmente. Também foi constatado que alguns desses lotes foram ocupados por pessoas que não se enquadram no perfil da reforma agrária e estão sendo explorados comercialmente como pousadas, haras, clubes sociais, utilizados para fins de lazer .