Pescadores artesanais interferem em cena de Teatro Fórum sobre dificuldades de organização dessa comunidade tradicional
Os pescadores artesanais do Pontal de Santo Antônio tiveram a experiência de participar do Teatro do Oprimido (TO) onde assistiram as vivências do seu cotidiano e modificaram a cena que apresenta o pescador desmobilizado para ocupar espaço de decisão política. Após apresentar a cena e seu desfecho, o curinga provoca o público que toma o lugar do ator alterando o ponto-chave da cena que expõe a falta de participação desse personagem numa audiência pública que decidia a destinação de verba para o município.
O pescador Daniel Alves percebe que o problema se concentrava nessa etapa da apresentação e aceita o convite e mobiliza outros pescadores para participar dessa reunião que, a partir dessa mobilização, resultaria em melhores condições para a pesca da comunidade.
TO como ferramenta de transformaçãoO Teatro do Oprimido, como ferramenta de construção da libertação das opressões do sujeito prioritário, age fazendo com que o pescador não seja apenas o espectador, mas se torne o protagonista da cena, transformando com sua atitude o caminho que o levará a resolver sua demanda eliminando o que o oprime.
No Pontal de Santo Antonio foi realizado o Teatro Fórum, onde foi apresentado o dia a dia dos pescadores artesanais. Ao iniciar a encenação, os pescadores começaram a interagir a cada cena, antes mesmo da intervenção do Curinga. Isso transmitiu muita confiança e alegria em alcançar o objetivo do Teatro do Oprimido. O processo foi compreendido como a construção da problemática vivenciada e sua reflexão pelos oprimidos pegando para si a responsabilidade de resolver seus próprios problemas.