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PANDEMIA E FALTA DE TRANSPARÊNCIA DO PODER PÚBLICO FRAGILIZA PESCA NA LAGUNA

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E pescadores trabalham sem nenhum tipo proteção contra Covid-19

Durante a pandemia, os pescadores artesanais da Laguna de Araruama observaram que, devido ao fechamento do comercio (incluindo o mercado municipal de peixe), houve um aumento significativo de procura do pescado diretamente em seus portos. Os pescadores continuaram trabalhando normalmente, pescando e atendendo os clientes, que com a suspensão do comercio, procuraram diretamente os pescadores para comprar o produto. Porém, com o retorno parcial do comércio, a procura do pescado nos portos caíram. Apesar da falta de interesse de seus representantes e do poder público, os pescadores relataram que nos dois primeiros meses, puderam observar um aumento significativo na venda do pescado, que não durou muito tempo.  “Logo no início da pandemia, nossas vendas subiram muito, os clientes falavam que com o mercado de peixe fechado, somos a melhor opção para compra de pescado, pois o peixe é fresco e é mais barato que nos comércios varejistas”, relatou o pescador Alpheu Ferreira.

Após o segundo mês de isolamento, os clientes deixaram de comprar. Com isso forçando os pescadores a comercializar seu pescado com os atravessadores, “Depois de dois meses, aquela grande quantidade de clientes deixaram de vir. À princípio achamos que era por conta da dificuldade financeira, depois vimos que não era apenas isso, pois descobrimos através dos atravessadores, que o comércio voltou a funcionar parcialmente e concluímos que os clientes voltaram a comprar no mercado de peixe”.

Os pescadores artesanais da Pontinha relataram que não tiveram nenhuma informação sobre como trabalhar com segurança durante a pandemia, “Não ocorreu nenhuma medida por parte do poder público em relação a distribuição de proteção individual para nós, ou até mesmo uma conversa sobre como proceder nessa situação” segundo o pescador João Francisco. “Como nós vimos que não teríamos nenhum auxílio ou conversa com o poder público, nos juntamos e adaptamos nosso local de trabalho, comprando alguns itens de proteção para a gente, e apesar do risco, continuamos trabalhando da maneira que podemos, já que não recebemos nenhum tipo de auxílio financeiro para nos sustentar durante o isolamento” concluiu o pescador.

Ferry Boat

De acordo com os pescadores artesanais, os impactos sobre a área de pesca em decorrência da sobreposição da rota do Ferry Boat, inaugurada durante a pandemia sem transparência ou conhecimento de documentos licenciatórios. Esse impacto ocasionou, como previsto, a alteração de toda a biota da laguna, como por exemplo a quantidade de peixe capturado do final da laguna até a rota do Ferry Boat. Além da redução da área pesqueira, os pescadores tiveram que restringir sua circulação e utilização da laguna, para evitar danos aos seus materiais de pesca.

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PESCADORES ARTESANAIS TEMEM IMPACTOS NA PESCA

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Pescadores artesanais relatam possíveis impactos na instalação do transporte hidroviário na Laguna de Araruama

No dia 14 de agosto, a prefeitura de Araruama realizou a inauguração do Píer Ferry Boat, transporte hidroviário que vai ligar o centro de Araruama ao Distrito de Praia Seca. A Laguna de Araruama é a principal fonte de subsistência dos pescadores artesanais locais, diante disso os pescadores artesanais temem impactos em suas práticas tradicionais com a instalação desse modelo de transporte. O ferry boat utilizará a mesma rota que os pescadores, provocando afastamento de cardumes nas áreas pesqueiras e trazendo prejuízos aos equipamentos e apetrechos.

Píer de embarque e desembarque localizado no centro de Araruama. Foto: Juliana Barbosa – Observação Araruama.

 

Os pescadores artesanais da Pontinha levantaram os possíveis impactos que eles poderão sofrer com esse transporte hidroviário. De acordo com os pescadores artesanais, haverá impactos sobre a área de pesca visto que ocorrerá uma sobreposição da rota do Ferry Boat com a área utilizada pelos pescadores. Esse impacto poderá ocasionar, além da alteração da biota da laguna, até redução da área pesqueira, pois os pescadores terão que restringir sua circulação na laguna. Outro impacto levantado pelos pescadores foi em relação a possibilidade de danos ao material de pesca, uma vez que eles tem o costume de armar suas redes na laguna, deixando-as fixas e retirando após um período, tipo de pesca no qual eles denominam de cercado. Os pescadores tem o receio que esse transporte traga danos ao seu material, o que acarretará em prejuízo financeiro para eles.

Com esses dados levantados o Projeto Observação, juntamente com os pescadores elaboraram um ofício enumerando suas considerações diante dos possíveis impactos do empreendimento. Esse documento foi protocolado no Instituto Estadual do Ambiente (INEA) aos cuidados do responsável pelo licenciamento desse transporte, a senhora Magaly Vieira Santos. Até o momento desta publicação não recebemos nenhum retorno do INEA.

Licença de operação

Em virtude da aplicação da transparência dos processos realizados pelo órgão ambiental estadual todas as licenças emitidas são colocadas no site oficial para consulta pública. Diante disso o Projeto Observação realizou uma pesquisa em busca da licença de operação do transporte hidroviário, Ferry Boat, no qual encontra-se em funcionamento. Vale ressaltar que esse processo está sendo realizado sem diálogo e nem transparência com os pescadores, visto que o processo de licenciamento não pode ser acompanhado pelo site, pois não foi encontrada nenhuma licença emitida pelo INEA autorizando o funcionamento do Ferry Boat.

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GESTÃO DO ESPAÇO DE VENDAS FICA NAS MÃOS DOS PESCADORES

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Pescadores artesanais são responsáveis pela manutenção de espaço construído pelo poder público municipal na Praia do Hospício

Obra inaugurada pelo poder público municipal, no dia 29 de junho, foi realizada devido à construção do calçadão da Orla Oscar Niemeyer e com isso os pescadores da Praia do Hospício foram realocados para este espaço. A área conta com uma estrutura mais adequada para os pescadores comercializarem seus pescados, mas a  manutenção do espaço estará sob a responsabilidade dos pescadores do local como o pagamento das tarifas de água e luz. Segundo relato do pescador Alexandre, o local será totalmente administrado pelos pescadores, “Quem vai resolver os problemas somos nós, o local está sem energia, pois temos que solicitar um relógio para cada rancho. A água é a mesma coisa, teremos que pedir um relógio e colocar no nome de um de nós a fim de que o valor da conta seja dividido igualmente entre nos pescadores”, Alexandre ainda fala que por conta desses problemas, os pescadores chegaram a recusar um freezer, “Nós ganhamos um freezer da prefeitura, mas, não aceitamos pois seria mais gastos para pagarmos, o que acabaria nos atrapalhando”. Em relação à venda do pescado ainda não ocorreu uma mudança significativa.

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O pescador artesanal Alexandre Aguiar colocou que o espaço ainda não trouxe uma melhoria significativa nas vendas, “As vendas ainda continuam a mesma coisa, tem dia que vende mais outro menos, mas está começando aparecer compradores novos, pois o espaço ainda é muito recente e agora entramos na época do Defeso e tudo para”, relatou o pescador, em conversa via aplicativo de mensagem. O espaço Potássio Ferreira foi criado pela prefeitura como uma forma de compensação à remoção dos pescadores do seu antigo local na orla da Praia do Hospício, um bairro de Araruama que recebeu uma revitalização em sua orla. A orla Oscar Niemeyer tem 1.941 metros de extensão, interligando os bairros Hawaí, Hospício e Areal, e foi construído com recursos do próprio município. 

No Areal, também era um ponto de venda para os pescadores artesanais, que ao atracar seus barcos recebiam alguns moradores que residiam ao redor da Colônia Z-28, ponto de embarque e desembarque de alguns pescadores artesanais. Mesmo com a construção do espaço, o local ainda se mantem atendendo alguns moradores da região, que futuramente contara com a sede da cooperativa que está em processo de encerramento de estruturação. Em Araruama, existe aproximadamente 5 pontos de embarque e desembarque de pescado, que contam com venda diretamente no local, quatro desses pontos não foram atendidos com uma construção semelhante a que foi realizada na Praia do Hospício, segundo um pescador que não quis se identificar, “Nós da praia da Pontinha, queremos saber se receberemos um espaço semelhante ao que foi criado, já que um dos principais problemas que temos é a precariedade de estrutura para trabalharmos no momento”.

 

Seguro Defeso

No período de 01 de agosto até 31 de outubro fica proibida a pesca na laguna de Araruama devido ao período de defeso, que tem o  objetivo de preservar as espécies nativas da laguna, como tainha e perumbeba, garantindo a reprodução e desenvolvimento dessas espécies. De acordo com a Lei nº 10.779 (2003) durante esse período de proibição da pesca os pescadores artesanais recebem um benefício do governo federal denominado seguro-defeso no valor de um salário mínimo durante três meses, mas para ter acesso ao beneficio o pescador artesanal precisa estar devidamente cadastrado na Secretaria de Pesca e aquicultura (SAP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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PESCADORES SOFREM PREJUÍZO COM NOVA CONSTRUÇÃO

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Calçadão Oscar Niemeyer causa prejuízo as embarcações dos pescadores

Com a construção da orla Oscar Niemeyer no bairro da Praia do Hospício, os pescadores artesanais daquela região foram retirados do seu antigo rancho e receberam como forma de compensação um espaço para beneficiamento e venda do pescado. Além disso, os pescadores beneficiados estão enfrentando problemas com questão da gestão do espaço, pois o poder público municipal deixou a administração do espaço nas mãos dos pescadores. Outro problema identificado foi a não entrega da quantidade prometida de rancho, como relatado pelo pescador Alexandre Aguiar.

Em entrevista, o pescador Alexandre Aguiar relatou que a gestão do espaço e o não cumprimento da entrega prometida dos ranchos são problemas menores comparado ao prejuízo que os pescadores estão tendo com barcos quebrados. “A prefeitura não fez o mais importante que nos prometeu. Com a construção da orla ela demoliu nosso antigo rancho e disse que iria ampliar a faixa de areia da praia, pois dissemos a ela que se não houvesse praia, não daria para atracarmos os barcos. A prefeitura não colocou areia e ainda colocou pedra em uma das partes que parávamos as embarcações, agora os barcos se soltam da pequena faixa de areia que resta batem nas pedras, quebrando e quase afunda”. O pescador ainda relatou que nesse momento de defeso, a situação é ainda pior. “Agora no defeso fica mais complicado, os barcos ficam mais tempo parados e para fazer a manutenção só sobra um espaço pequeno que cabe de 2 a 3 barcos, agora imagina, são por volta de 15 barcos para consertar.”

Os pescadores artesanais da Pontinha juntamente com o Projeto Observação Araruama elaboraram um ofício solicitando uma vídeo conferência com o Secretário de Pesca. Cláudio Barreto  para debater a possibilidade da construção de um espaço para beneficiamento e venda do pescado na Pontinha. Esse ofício foi entregue na Secretaria de pesca no dia 07 de agosto e até o momento não recebemos nenhuma resposta. O pescador artesanal Lúcio do Nascimento relata que os pescadores da Pontinha se sentem invisíveis diante do poder público, sempre colocam a dificuldade de contato com o poder público municipal para debater as dificuldades enfrentadas por eles.

Transporte Hidroviário é inaugurado em Araruama

No inicio do mês, o Observação Araruama foi informado que o processo de licença de operação do transporte hidroviário, Ferry Boat, que vai ligar Centro de Araruama à Praia Seca está em andamento no Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão responsável para autorizar a licença para operação do Transporte Hidroviário . Em conjunto com os pescadores artesanais da Pontinha, o Projeto Observação elaborou um oficio descrevendo os possíveis impactos que eles poderão sofrer com a instalação desse transporte na laguna de Araruama. Um desses impactos, o mais citado pelos pescadores, é em relação à sobreposição da rota, causando uma possível redução da área pesqueira e a destruição dos seus materiais de pesca . Esse ofício foi encaminhado ao setor de Licenciamento do INEA, mas até o momento não tivemos nenhuma resposta.

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PESCADORES ARTESANAIS QUESTIONAM OBRA

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Pescadores artesanais da Pontinha contestam novo espaço para comercialização do pescado

No dia 29 de junho, foi inaugurado o Espaço dos Pescadores Potácio Ferreira, no bairro Praia do Hospício. Após a inauguração deste espaço, pescadores do bairro da Pontinha se sentiram excluídos pelo poder público local, pois o espaço inaugurado não atende nem a 10% dos pescadores de Araruama. Ao avaliar a iniciativa para essa região, eles questionaram se outras regiões também receberiam um espaço semelhante em seus pontos de embarque e desembarque. Segundo o pescador Lúcio do Nascimento, “nós pescadores artesanais da Pontinha não fomos informados da inauguração do Espaço Potácio Ferreira, na Praia do Hospício. Nós ficamos preocupados, pois novamente parece que o poder público está mais interessado em nos tirar da Pontinha do que fazer melhoria nas condições de trabalho dos pescadores”. O pescador ainda sente uma espécie de discriminação por parte do poder público municipal, pois é feito para alguns e não para todos. Lúcio sugere a construção de um espaço num lugar mais estratégico, que poderia ser a sede da cooperativa, onde o ocorreria o desembarque dos barcos e a própria comercialização do pescado. Ele ressaltou a importância de uma organização por parte dos pescadores artesanais na busca de melhoria para seu espaço de trabalho.

O Espaço Potácio Ferreira é destinado para os pescadores artesanais que vendiam seus pescados na orla da Praia do Hospício, onde a prefeitura construiu o calçadão Oscar Niemeyer, inaugurado no mesmo dia. Segundo o pescador Alexandre Aguiar, o espaço trouxe uma melhoria em relação à venda do pescado, mas não atende todos os pescadores. Naquela região trabalham 24 pescadores e o espaço só comporta 14 deles. Outra questão colocada pelo pescador foi a quantidade de ranchos construídos. A prefeitura construiu apenas 6 ranchos dos 15 prometidos pela gestão municipal.

Os pescadores artesanais durante as conversas com o Projeto Observação relatam a falta de investimento do poder público municipal em relação à classe pesqueira, atividade tão importante para o município na esfera cultural e econômica, sendo geradora de trabalho e renda para o município. São inúmeras dificuldades enfrentadas pelo pescador artesanal, como a poluição da laguna, falta de uma estrutura adequada, dificuldade no escoamento, tendo que muitas vezes vender o pescado por preços baixos para atravessadores, pois não tem como armazenar sua mercadoria.

Gestão dos Pescadores

Foto: Alpheu Ferreira – Pescador Artesanal

O Espaço Potácio Ferreira é destinado para os pescadores artesanais que vendiam seus pescados na Orla da laguna, localizado na Praia do Hospício, onde a prefeitura construiu o calçadão Oscar Niemeyer, inaugurado no mesmo dia. A gestão do espaço estará sob responsabilidade dos pescadores do local, inclusive as despesas de água e luz estarão registradas no CPF do pescador responsável por cada rancho. Retirando assim a responsabilidade da manutenção do espaço pelo poder público local.