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PESCADORES SOFREM PREJUÍZO COM NOVA CONSTRUÇÃO

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Calçadão Oscar Niemeyer causa prejuízo as embarcações dos pescadores

Com a construção da orla Oscar Niemeyer no bairro da Praia do Hospício, os pescadores artesanais daquela região foram retirados do seu antigo rancho e receberam como forma de compensação um espaço para beneficiamento e venda do pescado. Além disso, os pescadores beneficiados estão enfrentando problemas com questão da gestão do espaço, pois o poder público municipal deixou a administração do espaço nas mãos dos pescadores. Outro problema identificado foi a não entrega da quantidade prometida de rancho, como relatado pelo pescador Alexandre Aguiar.

Em entrevista, o pescador Alexandre Aguiar relatou que a gestão do espaço e o não cumprimento da entrega prometida dos ranchos são problemas menores comparado ao prejuízo que os pescadores estão tendo com barcos quebrados. “A prefeitura não fez o mais importante que nos prometeu. Com a construção da orla ela demoliu nosso antigo rancho e disse que iria ampliar a faixa de areia da praia, pois dissemos a ela que se não houvesse praia, não daria para atracarmos os barcos. A prefeitura não colocou areia e ainda colocou pedra em uma das partes que parávamos as embarcações, agora os barcos se soltam da pequena faixa de areia que resta batem nas pedras, quebrando e quase afunda”. O pescador ainda relatou que nesse momento de defeso, a situação é ainda pior. “Agora no defeso fica mais complicado, os barcos ficam mais tempo parados e para fazer a manutenção só sobra um espaço pequeno que cabe de 2 a 3 barcos, agora imagina, são por volta de 15 barcos para consertar.”

Os pescadores artesanais da Pontinha juntamente com o Projeto Observação Araruama elaboraram um ofício solicitando uma vídeo conferência com o Secretário de Pesca. Cláudio Barreto  para debater a possibilidade da construção de um espaço para beneficiamento e venda do pescado na Pontinha. Esse ofício foi entregue na Secretaria de pesca no dia 07 de agosto e até o momento não recebemos nenhuma resposta. O pescador artesanal Lúcio do Nascimento relata que os pescadores da Pontinha se sentem invisíveis diante do poder público, sempre colocam a dificuldade de contato com o poder público municipal para debater as dificuldades enfrentadas por eles.

Transporte Hidroviário é inaugurado em Araruama

No inicio do mês, o Observação Araruama foi informado que o processo de licença de operação do transporte hidroviário, Ferry Boat, que vai ligar Centro de Araruama à Praia Seca está em andamento no Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão responsável para autorizar a licença para operação do Transporte Hidroviário . Em conjunto com os pescadores artesanais da Pontinha, o Projeto Observação elaborou um oficio descrevendo os possíveis impactos que eles poderão sofrer com a instalação desse transporte na laguna de Araruama. Um desses impactos, o mais citado pelos pescadores, é em relação à sobreposição da rota, causando uma possível redução da área pesqueira e a destruição dos seus materiais de pesca . Esse ofício foi encaminhado ao setor de Licenciamento do INEA, mas até o momento não tivemos nenhuma resposta.

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PESCADOR ARTESANAL PARTICIPA DE CENA DE TEATRO FÓRUM

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Enredo protagonizado por pescadores artesanais  provoca reflexão sobre a representatividade da comunidade pesqueira

A cena construída com os pescadores da Pontinha do Outeiro e Ponte dos Leites apresentam conflitos vivenciados por esses profissionais nos espaços de decisão política e de formulação de políticas públicas (conselhos municipais e comitês de bacias). Os poucos que se dispõem a lutar pelos seus direitos têm observado pouca adesão dos demais companheiros de pesca, fato que enfraquece a luta por direitos sociais e infraestrutura para a categoria.

Luis Cláudio debate durante apresentação de Teatro Fórum

Com dificuldade em ocupar os espaços de decisões políticas, as demandas em relação à pesca na Laguna de Araruama se restringe aos grupos de projetos de educação ambiental que têm por objetivo fortalecer a organização e participação social da comunidade pesqueira através da educação ambiental crítica para que estes alcancem sua emancipação política e social.

O pescador e diretor do Observatório, Alpheu Ferreira protagonizou um pescador indignado, mas com receio de assumir uma posição diante dos demais atores sociais (prefeito, vereadores, empresários, etc), limitando, assim, sua luta por direitos. Durante a apresentação os pescadores que assistiram essa cena interviram na cena modificando a fala do pescador oprimido, e identificaram o antagonista (opressor) da cena que passou a mudar seu discurso.

 

Teatro do Oprimido, uma ferramenta de mobilização

O Teatro Fórum utiliza as técnicas do Teatro do Oprimido (TO) para discutir opressões em diferentes contextos sociais. Em 2017, o Observatório Araruama trabalhou, ao longo do ano, diversas técnicas e jogos do TO com pescadores que passaram a agir não apenas como espectadores, mas como protagonista nas questões relacionadas ao monitoramento socioambiental realizado pelo Observatório. Tudo isso para que, a partir desses ensaios, eles possam transformar a própria realidade. E nessa cena, os pescadores interveriam na cena, após provocação do pescador Alpheu, para que sua voz fosse ouvida e com isso modificando a realidade proposta na cena modelo.