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PESQUISA APONTA CINCO COMUNIDADES MAIS IMPACTADAS PELO PORTO DO AÇU

Em monitoramento, Noticias by Observatório São João da BarraDeixe um Comentário

Porto do Açu impacta diretamente atividades de pescadores artesanais e agricultores familiares

Pesquisa realizada pelo Observação São João da Barra, aponta conflitos ambientais que afetam diretamente a comunidade tradicional em cinco localidades de São João da Barra. Encontramos agricultores familiares e pescadores artesanais nas comunidades de Pipeiras, Alto do Cardeiro, Grussaí, Iquipari e Água Preta que são impactados diretamente pelas atividades do Porto do Açu. Inaugurado em 2014, esse empreendimento desapropriou as terras de agricultores familiares, salinizou a água e gerando impactos também para os pescadores artesanais.

Plataforma em funcionamento na praia do Açu, em São João da Barra

A salinização da água e do solo afetou o lençol freático da localidade do Açu, onde a água doce passou a ser salgada, se tornando impróprias para consumo, irrigação e até mesmo outros afazeres dos povos tradicionais deste município.

Em Água Preta, localidade próxima ao Porto do Açu, agricultores familiares sofrem com um processo de desapropriação de terra e de salinização do solo e da água.  A agricultora familiar Fernanda Machado, relata “Eu fazia meu plantio para o consumo próprio e também fornecia para a cidade do Rio de Janeiro. Plantava de tudo, abacaxi, quiabo, maxixe e outras hortaliças e verduras. A terra era farta”.

Ela lembrou que o Porto do Açu chegou prometendo empregos para todos, incentivo a cultura local, porém não realizou estas ações e ainda provocou a perda da terra e tornou o solo improdutivo. Fernanda completa afirmando que o porto tomou as terras do seu sogro, onde será construído um heliporto, que atenderá a indústria de petróleo e gás e terá a capacidade para 20 aeronaves de grande porte. Alguns proprietários não receberam suas indenizações até hoje. A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, informou que mais desapropriações de terras vão acontecer ainda este ano.

Muitas dúvidas

Um caso relatado pela secretária da Associação de Moradores do Açu Rosângela Conceição, questiona: “Por que o pescador tem que manter a distância miníma de 500 metros da plataforma, se a plataforma mantém menos de 1 km longe da orla?”. Segundo o agricultor familiar Reginaldo Machado, morador de Água Preta, a história se repete, com a desapropriação de terra.”Esse fato reforça que somos os oprimidos. Nós agricultores levantamos cedo, com sol ou com chuva, para cuidar da nossa terra, ficamos com as mãos calejadas, a pele queimada, mas ainda feliz. Pois tinha onde plantar, daqui para frente como será? Sem terra, sem moradias e sem indenizações nós ficamos prejudicados e temos medo de morrer por aquilo que é nosso”, completa Reginaldo.

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OBSERVAÇÃO MACAÉ REALIZA CONVERSA COM LIDERANÇAS

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Lideranças da Associação de Moradores do bairro Lagomar  e da desapropriação marcam presença em roda de conversa na nova sede do Observatório Macaé

O Observatório Macaé realizou no dia 17 de dezembro, uma conversa com diversas lideranças do Bairro Lagomar e da área de desapropriação( W30 E MPM) . O encontro aconteceu em sua nova sede, onde foi discutido o processo de desapropriação existente no bairro e problemas que atingem grande parte do bairro, como o transporte público, saneamento básico e os constantes vazamentos de água pelo bairro.

Diversos conflitos foram abordados neste encontro, dentre eles a desapropriação e a ausência de saneamento básico. A água potável é hoje um dos maiores problemas dentro do bairro, pois apenas uma pequena parte recebe água tratada. Além de ser um problema dos moradores da desapropriação, parte do bairro Lagomar também não conta com saneamento básico e água tratada.

Hoje como parte do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, o Observatório Macaé tem a responsabilidade de intermediar o diálogo com os moradores, tanto da área de desapropriação,  de todo o bairro do Lagomar. O conflito se dá devido a área de amortização necessária ao Parque Nacional Restinga de Jurubatiba e as casas dos moradores, onde muitos chegaram antes da criação do Parque em 1998.

Conflitos diversos 

Lagomar é um bairro com mais de 45 mil moradores, hoje o maior bairro do município em números de habitantes, os conflitos são diversos, advindos da exploração da cadeia produtiva de petróleo e gás, nesse cenário o Observatório Macaé é um local de produção de conteúdo onde os próprios moradores possam ter um canal de visibilidade da sua luta.