TROCANDO EXPERIÊNCIAS

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O OBA NIT está sempre buscando o diálogo para melhor entender  a temática da pesca artesanal. No dia 03 de junho, os integrantes da Associação Observação Niterói receberam em sua sede o pescador artesanal e professor de Geografia Walter Paes, para uma conversa informal sobre essa temática.

Morador de Cabo Frio, Walter nos contou das suas vivências com a pesca artesanal e fez uma breve análise de alguns problemas enfrentados pelos pescadores.

Segundo Walter, a vida dos pescadores tem uma relação íntima com o meio que os circunda, assim, os impactos causados pelo crescimento das cidades, a especulação imobiliária, a pesca predatória e a poluição, afetam diretamente a realidade desses pescadores e sua maneira de viver.

Na sua visão, ser pescador é um modo de vida produzido, compartilhado e reproduzido pela população local. Walter considera que no caso de Cabo Frio a pesca vai muito além do caráter econômico, ou mesmo de uma simples atividade extrativista. É uma prática na qual é criada uma identidade territorial, que faz cada individuo enxergar no outro a si próprio.  A cidade de Cabo Frio é um lugar onde os pescadores artesanais devem perpetuar heranças, (re)produzir práticas culturais. Com o crescimento da cidade e as mudanças nas formas de produção, as relações entre os pescadores e seu território vêm sendo alteradas, estes são cada vez mais marginalizados.

Nessa troca de experiências, o Observatório de Niterói enxerga muitas semelhanças com as dificuldades enfrentadas pelos pescadores da Ilha da Conceição, na Baia de Guanabara. Ali os pescadores também enfrentam problemas na reprodução de suas práticas culturais e costumes.

Valorizar as experiências vividas pelos pescadores é reconhecer a real significância do que é ser pescador.

WLATER